Seriam as estrelas do K-pop os maiores “influenciadores” do mundo?


Seriam as estrelas do K-pop os maiores “influenciadores” do mundo?

Como o pop coreano se expandiu bem passando pelas barreiras da Coréia do Sul, as marcas luxuosas estão se aproximando das grandes estrelas desse estilo.

No mês passado em Paris, o rapper coreano Mino apareceu desfilando durante o desfile de moda de primavera 2020 da Louis Vuitton. Um membro do grupo de pop coreano (“K-Pop”) Winner, Mino é uma das maiores celebridades do momento. Com algumas horas do desfile, os websites de cultura pop coreana como Soompi e Koreaboo pegaram a notícia, e também os sites americanos como a Vogue.com (que relatou que Mino “roubou o show”), o E! Online, e curiosamente, o Yahoo Finance. O tópico no fórum de K-pop do Reddit, que ostenta mais de 387,000 membros, é dedicado ao desfile. O Instagram do Mino, é seguido por aproximadamente 5 milhões de fãs, cheio de comentários como “Parabéns em sua estreia bem-sucedida no desfile, MINO!!”

(Foto: Mino, do boy-group coreano Winner, deixou os fãs enlouquecidos quando desfilou na passarela do desfile da Louis Vuitton no mês passado.)

O rápido desfile de Mino nas passarelas fez aumentar o reconhecimento quanto aos “idols” de K-pop, como os fãs chamam eles exclusivamente, que são influências globais. As marcas da moda estão “altamente cientes do quão visível esses artistas são,” disse Jeff Benjamin, o colunista de K-pop para a Billboard, e nos últimos anos as marcas tem consequentemente se aproximado deles. Em 2017, G-Dragon do grupo Big Bang fotografou para os anúncios da Chanel e ficou na primeira fileira do desfile de moda de Paris. Ano passado Kai, do supergrupo EXO, participou do desfile da Gucci. E mês passado Lisa do grupo BlackPink postou a foto dela conhecendo Celine, projetada por Hedi Slimane após o desfile de primavera 2020 de moda masculina. A simbiose vai além das aparições públicas: Em 2017, Kris Wu, um antigo membro do EXO, liberou uma colaboração com Burberry, e TaeYang, também do Big Bang, em parceria com a Fendi com bolsas, casacos e camisetas. Atualmente, Dior fez uma parceria com o BTS, o maior grupo de K-Pop, para desenvolver todo os figurinos da turnê, enquanto as lojas da Uniqlo levam uma linha de camisetas assinadas pelo BTS.

Os ídolos do K-pop são as “maiores influências globais”, de acordo com Yoona Park, a sócia diretora de marketing na W Concept, uma loja online de 8 anos que vende marcas da moda coreana. Quando um idol de K-pop veste um item, isso pode esgotar na velocidade da luz, não somente na Coréia, mas mundialmente. O BTS particularmente estimula fortemente essa onda no varejo: Park notou que em Abril, quando o grupo usou os tênis sneakers da marca coreana Andersson Bell no BBC Music Awards, eles “esgotaram imediatamente” na W Concept.

“Há definitivamente publicações no Instagram de alguns desses (idols) que esgotaram os produtos em questão que eles usaram ou causaram picos enormes para a marca nas 24-48 horas,” confirmou Katy Lubin, a vice presidente de comunicações da Lyst, uma plataforma online que acompanha os resultados de pesquisa de moda. Lyst relata que as pesquisas mundiais para a bolsa Triomphe da Celine deu um salto de 66% em 28 de Junho depois da Lisa do BlackPink postou seu look no Instagram. E em Maio durante os três dias após a Dior anunciar que iria vestir o BTS em sua turnê, o interesse nas pesquisas da marca francesa subiu 420%.

(Foto: G-Dragon, do grupo Big Bang tem sido o embaixador da Chanel e participou de várias passarelas da casa de desfiles de moda em Paris.)

Grupos e gravadoras selecionam meticulosamente os looks dos artistas. De acordo com o Sr. Benjamin da Billboard, os grupos podem ter “seis a doze estilistas” viajando com eles na turnê. Os idols do K-pop tendem a adotar modas chamativas. G-Dragon (que está atualmente cumprindo serviço militar obrigatório na Coréia do Sul) é conhecido por usar roupas femininas, particularmente jaquetas de lã e bolsas, enquanto o V, um cantor do BTS, se apresentou recentemente com uma camisa de seda da Kith & Versace com uma logo exagerada e muito visível. Em alguns casos, essas roupas refletem uma parceria paga, em outras os idols do K-pop com a ajuda de seus estilistas vestem coisas da última moda simplesmente porque é algo que os agrada.

A influência do K-Pop na moda reflete o crescimento da música em si. Em 2018, o BTS foi o primeiro grupo de K-Pop a chegar ao topo do chart da Billboard 200 com o álbum “Love Yourself: Tear”. Agora em Abril, na mesma semana, quebrou o recorde do vídeo mais visto em um dia no Youtube com 74,6 milhões de visualizações e foi o primeiro grupo de K-Pop a aparecer no “Saturday Night Live” da NBC. Ainda em Abril, o quarteto do BlackPink foi o primeiro grupo feminino de K-Pop a se apresentar no Coachella. E no começo do mês, mais de 55,000 pessoas participaram do KCON New York, a mais recente edição de um festival de K-Pop realizado há 7 anos, quase exclusivamente fora da Coréia do Sul.

(Foto: Lisa, membro do grupo feminino de K-Pop, o BlackPink.)

Embora o K-Pop tenha surgido no final de 1990, se expandiu mundialmente em 2012 com “Gangnam Style,” do cantor sul-coreano Psy, um hit inevitável e viral. Essa música, com sua excentricidade, incentivou uma migração ocidental de outros artistas do K-Pop. Simultaneamente, as mídias sociais espalharam o Kpop além das barreiras físicas da Coréia. Hoje, fãs do BTS do Brasil a Boston e até Botswana podem seguir as estrelas no Instagram, olhar seus vídeos online e compartilhar seus clipes com amigos que são fãs no Facebook. O K-pop está longe de ser um fenômeno exclusivamente coreano.

No Instagram, estrelas como Mino e Sehun postam fotos deles mesmo para seus milhões de seguidores com os últimos looks da Burberry ou Calvin Klein. Uma conta do Twitter dedicada a identificar as roupas que cada membro do BTS usa tem mais de 341,000 seguidores. “Pessoas querem estar envolvidas com seus ídolos por isso que elas ficam procurando as roupas deles,” escreveu Alex Illic, o estudante de 24 anos por trás dessa conta. Mais que isso, eles cada vez mais querem se vestir como seus ídolos, e cujo os trajes segundo Illic são um “guia de moda gratuito para algumas pessoas”.

15 de Julho de 2019.

Por: Jacob Gallagher.

Fonte: The Wall Street Journal.

Link: https://www.wsj.com/articles/are-k-pop-stars-the-worlds-biggest-influencers-11563204671?redirect=amp

Trad.: MochiLuisa PPJ